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sexta-feira, 8 de abril de 2011


Soneto de fidelidade.

De tudo , ao meu amor serei atento;
Antes, com tal zelo, e sempre, e tanto;
Que mesmo em face do maior encanto;
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vive-lo em cada vão momento;
E em seu louvor hei de espalhar meu canto;
E rir meu riso e derramar meu pranto;
Ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure;
Quem sabe a morte, angustia de quem vive;
Quem sabe a solidão, fim de quem ama.

Eu possa me dizer do amor (que tive);
Que não seja imortal, posto que é chama;
Mas que seja infinito enquanto dure.
Vinicius de Moraes.

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